Mini Romance 12 #Final

No capítulo anterior de "Eu me apaixonei pela pessoa errada e ninguém, nem eu mesma, sabe o quanto estou sofrendo porque guardei todos os sentimentos e fingi que eles nunca existiram", eu me recuperei dignamente do pior fora que levei na vida, saí com um sósia do presidente do Palmeiras e enchi a barriga de bolo de aniversário, salgadinhos e refrigerante a ponto de falar "Ah, beleza. Peraí que vou dar um mijão" quando a história estava a ponto de se resolver.

É aqui que recomeçamos.

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"Ah, beleza. Peraí que vou dar um mijão"

Dois minutos depois (eu realmente fui fazer xixi, sabe?), a gente retomou a conversa, ele me explicou como era o lance budista e eu disse "Preciso tirar várias dúvidas, a gente pode se ver?" e ele topou, é claro.

Essa parte eu gosto de chamar de "O começo do fim do descaralhamento".

Nós fomos pra USP (pra onde mais?), conversar e comer (fazer o quê mais?) e passamos pelo menos umas duas horas comendo e falando de assuntos ridículos, sem chegar no único importante "COMO ASSIM VOCÊ DE REPENTE VOLTA COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO ME DIZENDO PRA GENTE TENTAR DE NOVO, SEU DOENTE?". Aí, quando eu entrei no carro dele pra ir embora, encenamos o meme do "eu só acho que" da vida real, comigo sendo a pessoa que fala "eu só acho que" e ele sendo quem ouve pacientemente duas looooooongas horas de perguntas, comentários e piadinhas envolvendo o budismo, minha bexiga e o tanto que eu curti a sinceridade dele, embora eu não estivesse preparada pra receber tanta sinceridade assim.

E aí eu vou correr um pouco as coisas porque a conversa e a conclusão que tiramos dela dizem muito mais respeito ao Monge e ao que ele sentiu/viveu naquela época do que ao que eu posso contar numa mesa de bar/num post de blog.
(Esse parágrafo é especial para a minha Terapeuta do Capeta, que sabe exatamente o porquê dele estar aqui)

Daí que lá pra junho eu tava completamente descompensada, porque eu tinha descoberto que não tinha sido mais uma vítima da Associação dos Caras Canalhas e tava apta a fundar a Associação das Moças que foram trocadas por Deuses e - pior de tudo - eu continuava apaixonadinha pelo cara, apesar de todos os meus esforços contrários. Entrei numa fossa absurda, a terceira pior delas, e fiquei num estado de GELECA EMOCIONAL até a Irmã do Pirituba, minha amiga psicóloga, mandar um "É o seguinte, kiridinha, pega aqui o endereço dessa mulher, vá até lá, pague alguns reais por mês e conte para ela tudo o que você está sentindo e não quer contar pra gente por algum motivo bizarro".
E eu fui.
E aí voltei a escrever (coisa que eu tinha parado de fazer), voltei a sair com pessoas (coisas que eu, definitivamente, tinha parado de fazer) e passei a lidar de um jeito até que bem equilibrado com algumas coisas que eu tinha pra resolver comigo mesma, muito além do Monge - Mas a terapia é assunto pra outro post, vamos voltar pro Monge.

Pro fim do ano, quando eu já conseguia falar com o Monge sem querer morrer feito o Didi (eu só queria furar meus olhos pra não poder ler as mensagens dele, morrer já tava meio extremo), a gente se viu e combinou o melhor lance que eu já combinei com uma pessoa de verdade: Sinceridade total e zero joguinhos.
Os termos desse acordo são só pra gente e eu não vou discutir num blog, mas ele é MUITO útil. MUITO MESMO. Tanto que atualmente eu falo com o Monge dia sim e dia também, tô bem resolvida com tudo o que sinto, senti e por ventura posso vir a sentir um dia e a ideia de que ele é a ÚNICA pessoa (incluindo meus pais) com quem eu consigo ter uma conversa 100% franca não me assusta mais. E sabe a melhor parte? Zero sentimentos sexuais. Amorosos eu ainda tenho porque, caras, ele é uma das pessoas mais incríveis que eu já conheci na vida. Mas ele tá bem mais pra "amigãozaço com quem eu posso falar de tudo e que vai falar de tudo comigo" do que pra "amigão pra quem eu falo algumas coisas e que me fala algumas coisas porque, no fundo, a gente quer se pegar loucamente".

O cara é MESMO Monge, sabe?
Não era piadinha. Não era brincadeira. Não era a pior desculpa do mundo e ele encerrou a carreira de garanhão/stalker/pegadorzinho comigo. Saiu por cima, né? Acho que foi um final digníssimo e não tinha como ele melhorar #meujeitinho #sinceridades.
(esse parágrafo está aqui apenas para deleite do próprio Monge, que vai entender o porquê desse parágrafo estar aqui)


Eu nunca coloquei uma tag aqui pro Monge, nem pra nenhum cara com quem saí, mas eu tenho certeza que ele sabe quando escrevo sobre ele. Mesmo quando não fica óbvio. Mesmo quando eu não faço piadinhas sobre ser trocada por um homem morto de 200kg – mas eu espero, do fundo do meu coração, que ele reconheça quando falo sobre ele aqui, principalmente quando não cito Buda. É esse o tipo de amizade que a gente tem agora: O cara passou de stalker pra paixonite, depois pra um ponto censurado na minha história e agora ele tem o lugarzinho dele, beeeeeem atrás do Amigo com Alma Russa (esse é imbatível, é o melhor amigo do universo ♥) e um pouquinho atrás do Pirituba, na sólida terceira posição na lista (em construção e constantemente atualizada) das pessoas que eu curto pra caramba e quero ter sempre por perto.

Tá bom ou não tá?

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