It doesn't hurt me. Do you want to feel how it feels?

Eu acho que não tenho como saber se tudo o que eu tenho pensado recentemente sobre a 2ª maior fossa da minha vida está sendo influenciado pelo fato de que ele morreu. Eu sei que possivelmente esse fato tem a ver com boa parte do que eu tenho sentido, mas não posso dizer o quanto já estava lá antes e o que surgiu agora. Acho que tá tudo misturado demais e tudo o que eu disser agora corre o risco de ser meio incorreto.
Mas saber isso não me impede de querer dizer, então eu digo.
Até porque eu PRECISO dizer. Eu tenho evitado dizer coisas sobre ele aqui nesse blog desde que comecei com ele, mas não significa que eu não tenha falado sobre ele em outros lugares.

Eu falei muito sobre esse cara na terapia, porque eu sei que foi logo que a gente parou de se ver que eu comecei a ter essa ideia de "Eu nunca mais vou namorar". Foi lá em 2013 que eu passei a ter a noção de que essa coisa de relacionamentos amorosos não era pra mim, porque se um cara que era uma combinação agradável e bem proporcional do que eu queria com o que eu precisava não conseguia "se encaixar" na minha vida eu estava sinceramente inclinada a pensar que nenhum outro faria isso. Nunca mais. Eu ainda acho, na real. 

Mas agora falar sobre ele - e pensar nele - me causa uma sensação esquisita. É meio estranho pensar que tudo o que eu decidir sobre ele por esses dias vai ser pra sempre  porque ele não vai poder retrucar. Mesmo que eu decidisse só pra mim, eu nunca mais terei a oportunidade de ver nada acontecer pra mudar minha opinião. Nada mais vai acontecer pra me dar novos elementos pra repensar ou mudar de ideia sobre ele. Ter morrido foi o ato final e definitivo da Fossa número 2.

É meio complicado pensar isso, né? Principalmente porque desde que ele morreu eu não pensei em NADA DE RUIM sobre ele. Nada. Só consigo me lembrar das coisas boas de quando estávamos juntos - e foram muitas, porque o final pode ter sido amargo, mas durante foi ótimo. Eu não teria sofrido tanto no final caso o meio e o começo não tivessem sido bons (eu sou dodói, mas NÃO TANTO). 

Daí uma coisa leva a outra e eu me peguei pensando no quanto a morte influencia a gente e como a gente meio que endeusa mesmo quem morreu simplesmente porque sim - E em como isso é bom, né? De um jeito meio egoísta é bom, porque desse jeito a gente só guarda o que foi bom. Pelo menos comigo tá sendo bom, porque COMIGO eu só tô deixando o que foi bom. Eu sei o que ele me fez de ruim e sei o quanto a rejeição e a traição deixaram marcas... Mas isso, sinceramente, não importa tanto agora porque durante todos esses dias eu lembrei de um monte de detalhes e coisinhas que ele fazia e eram incríveis e o quanto ele potencializava tudo o que eu tinha de bom. Eu só consigo lembrar do quanto ele era um baita amigo, do quanto ele tinha O DOM de deixar todo mundo que estava por perto feliz e se sentindo importante. Ele sempre foi o tipo de gente que muda o clima de um lugar pra melhor. Quando ele chegava em um lugar todo mundo ficava bem. Ele fazia isso, era essa a "coisa" dele.
Foi por isso que me aproximei e por isso eu me sentia imensamente privilegiada por ele gostar tanto de mim, e por ele querer ficar comigo. Foi por isso também que, quando ele saiu fora do jeito amargo que saiu, a rejeição veio tão forte e com ela esse monte de traumas e neuras que tenho hoje. Eu sei que ele foi só o estopim, a culpa disso é bem mais minha do que dele - mas novamente: Eu não sei o quanto do que eu tô sentindo é influenciado pela perda, mas é foda mesmo assim.

Eu ia dizer que é como se ele estivesse indo embora de novo, mas... né... Ele foi. E de vez. 

Complicado.

A gente só saca como a morte é definitiva quando ela acontece perto da gente e a gente tem que lidar de cara com a ausência de quem se foi.

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