TOP 10 - Art Popular

Terminando a Trilogia Sagrada do Pagode anos 90 hoje é dia de falar do Art Popular, banda de São Paulo que começou nos anos 80 e, como as outras duas, só foi fazer sucesso pra valer na década seguinte. A formação original da banda tinha Leandro Lehart, Márcio Art, Denilson Pimpolho (CHOCADA que o sobrenome artístico do cara era Pimpolho), Tcharlinho Brawn, Evandro e Malli.

Formação original do Art Popular no backstage da gravação do clipe "As long as you love me"-NÃO, PERA!



As músicas do Art Popular tinham um pé em outros rítmos, como o sertanejo (Ou você não sabe que quem canta Fricote é o Daniel?), o samba eletrônico (que eu não faço a mais puta ideia do que seja, mas eu vi na wikipédia e tô colocando aqui) de Requebrabum e o samba funk de Agamamou... E, se você reclama do Kuduro do Latino (risos) a culpa provavelmente é um pouco deles também - já que Pimpolho misturava samba com música eletrônica jamaicana - ('Cês também não acham que é um PUTA ERRO GEOGRÁFICO E PEGADINHA DE VESTIBULAR a Jamaica não ficar na África? Até hoje eu tenho que pensar uns 30s antes de falar da Jamaica pra não cometer uma gafe)


Aliás, olhando os artigos da Wikipédia fazendo pesquisa sobre a banda eu descobri que não é o Lehart quem canta um monte de clássicos do Art Popular, mas sim o Márcio Art.
Você sabia disso?
Eu não - e nem o Danilo que é o maior fã do Art Popular que conheço (aliás, esse TOP 10 teve uma boa ajuda dele).
É o Márcio quem canta "Utopia", "Ôa Ôa", "Percepção", "Valeu Demais", "Nani", "Trapaça", "Temporal", "Encontro", "Quando você me beija", "Maneiras", "História sem fim", "Tá Doendo demais essa saudade" ,"Carícias", "Sem Abuso", "Eternamente feliz", "O meu fraco é mulher" e "Samba do DJ" e a gente nunca deu a menor bola pro cara.
Aliás, sabe a banda Amigos do Pagode 90, que é formada pelo Chrigor, pelo Salgadinho e por um terceiro cara que a gente nunca lembra quem é? Então. Esse cara é o Márcio Art!
Pois é, moçada. Esse cara é provavelmente o anônimo mais conhecido do mundo do Pagode dos Anos 90. VAMOS VALORIZAR!


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#BÔNUS - Sai da Frente


"É diferente o balançar na ladeira"



A faixa bônus hoje vai no começo porque resume basicamente os temas das músicas do Art Popular fase clássica.
Mais didático impossível: Ouvindo essa você entende todas.
Tem sentimento? Tem.
Tem putaria? Tem.
Tem um ligeiro abuso, versos dúbios que não passariam pelo crivo feminista? Com certeza.
Tem interjeições e onomatopéias que parecem que estão ali apenas porque o Lehart não conseguiu achar uma rima boa pela musicalidade? É O QUE MAIS TEM!

Preciso: 
( ) de você 
( ) do seu amor 
( ) de um pouco de carinho, amor 
( ) de sambar
( ) de sambar
( ) de sambar
( ) ô Ô ô ÔÔ
(x) Todas as anteriores




"Pimpolho é um cara bem legar
Pena que não pode ver mulher
Na dança ele já pede pra baixar (Já pede prá baixar)
Ela quer parar ele não quer"

A década de 90 foi aquela  época que a gente olha com um pouco de estranheza hoje porque muita coisa absurda aconteceu lá e a sociedade nem tchuns. O Art Popular não passou ileso dessa fase, é claro, e trouxe muito mais de duas músicas com um alto teor de coisas duvidosas na letra. 
Juro pra vocês que não é o Eddie Murphy em
"Um Príncipe em Nova York"
O Pimpolho era, nos anos noventa, um lesk que cercava as menininhas na balada e incomodava geral que só queria dançar, chegando ao nível de ser um pouco abusivo. Nas palavras do próprio Pimpolho: "O Lehart fez a música porque eu tinha muitas amigas". SEI.









Bom-Bocado é uma música sobre um aniversário infantil suburbano nos anos 90. 
Bom-bocado? Tem. Brigadeiro? Tem. Danças com coreografia dúbia? Ô se tem. 
Trecho que todo mundo canta errado porque não consegue entender a letra? Tem.  
Essa música é obviamente sobre o que acontecia DEPOIS do "Parabéns": As criancinhas iam embora/iam dormir e só sobravam os tios que tinham bebido demais e acabavam fazendo coisas... er... Sei lá... Analisem aí.


"O violeiro, toca e se toca 
De olho no xibiu da morena 
Ai que zueira, que festa de arromba 
Põe essa galera pra sambar"






"Sem abuso e (sem) amigos"
"Eu no meu orgulho
E você não diz nada
Tanta gente no veneno
E eu sem você"


Essa música obviamente é o começo da consciência de que tinha ALGUMA COISA ERRADA com a atitude do Pimpolho.  Eu digo começo porque, né: "Que o amor é maior que tudo - Do que eu e você, você e eu" é um jeito bem errado de classificar o "Ela quer parar ele não quer". Pego emprestado uma quote do Molejo (que também tem muita música errada, mddc) pra dizer que isso não é amor, é cilada.









Lehart entregando a idade
com essa música.
"Passa!
No pagode da amarelinha
Se liga!
Vê se mexe mais
Não sai da linha
Alisa!
Tira essa peruca
Da banguela
Se liga!
Quem chegar primeiro
Beija ela"

Já que eu falei de Molejo, os campeões de música pra festinhas de criança, vale colocar o Pagode da Amarelinha aqui. Aqui vale o cenário da festinha de "Bom bocado", só que antes do "Parabéns". Essa música, bem como qualquer uma do "É o tchan" e do "Molejo" botava todo mundo pra dançar: A Aninha, o Zezinho, o João Grandão, a titia solteirona, a vovó com a bengala... Todo mundo.
Mas eu duvido que alguém sabia cantar a música corretamente. Aposto que vocês pediam pra mexer mais a galinha e não faziam a mais puta ideia do que era.


7. Nani


Apenas mais uma:

Está feliz. Lindo e feliz.




"Tudo o que a gente passou 

Tudo, tudo que a gente criou 
Foi maravilhoso, inesquecível, demais



Tudo o que a gente brigou 
Todas que a gente dançou 
Foi maravilhoso, inesquecível, demais"


Gosto: dessas músicas que não olham o passado com rancor. Você admite que o rolê foi bom, que acabou e você fica chateado com isso... Mas não acha que foi tudo uma merda, que não vale a pena nem lembrar.

"Mas você não está aqui !
Mas... por que que isso aconteceu?"

Não gosto: De gente que tem amnésia e não consegue perceber os motivos que levaram ao  fim. AMG, OLHA O RELACIONAMENTO ABUSIVO QUE EXISTIA! 'Cê não sabe mesmo por quê acabou?
Eu quero dizer agora, sem onda, sem hora: SE TOCA, CARA.




Essa é a história de um pobre e a princesa, só que sem ser contada pelo Netinho de Paula. Gosto porque ela não faz o complicado e demonstra que o cara tá pronto pra recomeçar e esquecer os fracassos anteriores.

"Muita gente não se envolve
Só por medo de sofrer
Mas no caso desse acaso
Só quem vive prá entender"


E gosto também que o cara não tem a pretensão de explicar o que é o amor e diz que amor é quando a moça o beija. Simples. Bonito. Digno de redenção.



Falando de beijos e recomeços... Você acha que o cara tá de boa, que tá aprendendo e aí ele vai e manda essa: 

"Eu olho pra você
E você não me quer mais
Eu pego em suas mãos,
Você não quer tentar, tentar
Recomeçar do abraço
E do primeiro beijo"

Amigos, essa é uma música que certamente demonstra uma obsessão que deve ser tratada. Fiquem de olho nas pessoas que não sabem levar um NÃO.


"Requebrabum
Baram bam bam
A corda do cavaco
Baram bam bam
Pegou bem no sapato
Baram bam bam
A corda do cavaco
Baram bam bam
Pegou bem lá embaixo
Agamamou, love love love
Jhôu Jhôu
Hê! Hê!
Tá querendo balançar"


Coloquei essas duas juntas porque um DJ competente consegue colocar as duas músicas num remix bacana e ninguém percebe quando uma começa e a outra termina.
E eu posso OU NÃO ter essas duas músicas no celular e posso OU NÃO ouvir e cantar de vez em quando fazendo dancinhas tipo esse cara (só que sem a churrasqueira).


2.  Fricote

( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°)
( ͡° ͜ʖ ͡°) "Eu vou te lambuzar de água-de-coco"  ( ͡° ͜ʖ ͡°)
( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°) ( ͡° ͜ʖ ͡°)

Gosto dessa música porque é pagode E sertanejo dos anos 90. Tá certo que nem o Art Popular é minha banda predileta, nem o Daniel (com ou sem João Paulo) são os meus prediletos em termos de pagode e sertanejo... Mas eu gosto dessa música assim, eu adoro assim, desse jeito assim.



Daniel Pereira sempre diz que
o Felipe Massa faz um "temporal".
A polissemia tem limites, moçada.


"Ah ah ah ah ah ah ah!

Ai! Desabou!
Me iludiu!"

É aquele momento da vida de casal em que a gente percebe que tem alguma coisa errada e que vai dar bosta. Clichê da música, toda banda tem pelo menos uma música que fala disso.
Mas o que eu gosto no Art Popular é que, sendo uma banda de São Paulo, eles deveriam saber que em noites de verão GERALMENTE CAI UM TEMPORAL DO CACETE mesmo. Não é novidade.

"Cadê aquele nosso amor
Naquela noite de verão
Agora a chuva é temporal
E todo céu vai desabar"




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Esperto foi o Marcio Art no fim das contas.
Pegou toda a grana, mas passou longe das críticas dos anos 2000 porque ninguém faz a mais puta ideia de quem ele seja.



Comentários

Unknown disse…
O que falar desse top 10 com mais de 10 músicas e ainda assim, outras tão boas que ficaram de fora.

Como não curtir Art Popular. As músicas, o ritmo, o duplo sentido... sdds anos 90!