Não está sendo fácil... Não está sendo fácil viver assim...

Enxaqueca, moçada.
Há quantos milhares de anos eu não tinha uma crise de enxaqueca dessas fodidas que deixam a gente sem rumo? E ela escolheu essa semana pra aparecer. JUSTO ESSA SEMANA que eu já estaria fodida de qualquer jeito por causa das datas simbólicas sem uma enxaqueca pra atormentar cada segundo do meu dia... E ela veio pra ser a cereja do topo no sundae de decisões erradas que essa semana está sendo.

Mas sabe o que é pior? Ela é tolerável durante o dia. Eu fico desconfortável e mal humorada, é claro, mas consigo viver. Consigo me concentrar. Consigo ser ÚTIL. Essa enxaqueca cretina me atinge com força só na hora que eu sossego e vou me deitar: Há três noites que eu não durmo direito e eu nem perdi o meu galinho. E ok que eu consigo me virar bem com poucas horas de sono, mas prefiro quando EU escolho ficar sem dormir, não quando eu sou forçada.

Tem a enxaqueca e ainda tem a faculdade - É possível amar meu curso mas odiar 97,3% das pessoas que fazem o mesmo? DÚVIDAS. QUESTÕES. E ainda tem as tretas em casa  - Há um limite para as cobranças? Um dias as pessoas perceberão que, embora eu sempre tenha tido o desejo de ser um super herói, eu ainda não tenho o poder de ser onipresente? DÚVIDAS. QUESTÕES.

Tem a enxaqueca, a faculdade, a família e, POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, ainda tem o tédio - que me faz dar aquela reboladinha na frente das ciladas: Ontem mandei mensagem pra um moço muito gato* chamando pra tomar café e o moço sabe que eu não tomo café e aceitou mesmo assim... E eu achei que ele fosse dar alguma desculpa, não acho que tô com essa moral toda, mas aparentemente estou. 
Tem tudo isso e ainda tem a carência, cara... Carência é foda. Carência é osso. Carência é tenso. A carência me fez dizer, numa conversa com um dos meus melhores amigos, que eu pagaria pra um japonês dormir de conchinha comigo num dia desses (E EU NEM CURTO DORMIR DE CONCHINHA, PELO AMOR DE DEUS!).



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Eu tenho pensado em muita merda. 
Muita.
Merda do tipo "Ask, do Smiths, é uma música sobre um casal que namora há muito tempo, tem uma vida sexual marromeno e quer discutir jeitos de inovar, quer botar sexo anal na conversa, mas um acha que o outro vai achar rude, indelicado e tal" discutida na mesa de bar, com pessoas em volta prestando atenção no que eu digo como se eu estivesse revelando o terceiro segredo de Fátima (AMIGOS, É POR ISSO QUE EU AMO VOCÊS. Eu não digo mas eu sinto. Creiam.).


Fico pensando em como seria maravilhoso se eu conseguisse, como nos bons dias, canalizar toda a minha criatividade, meu bom humor e minha hiperatividade (consigo ser hiperativa mesmo com a enxaqueca. Sou errada? Sou bandida?) pra uma coisa útil, tipo o estabelecimento da paz mundial. Eu penso nisso e aí boto a culpa na enxaqueca por não conseguir fazer... E esqueço que a enxaqueca não aparecia há muito tempo. 


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Ontem tava no ponto de ônibus pra ir pra casa, com os olhos fechados e a cabeça a ponto de explodir, ouvindo Jorgimateus (ontem foi um dia diferente) e feliz porque o dia tava acabando e eu finalmente ia poder dormir quando pensei: Hoje ainda é terça. Amanhã ainda vai ser quarta. Estamos na metade da semana e eu já fiz mais drama em dois dias do que a Cia Wolf Maia de Teatro em toda a sua existência.


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Hoje de manhã eu fui correr. Odeio correr, mas sei que preciso fazer alguma atividade física e escolhi corrida porque posso fazer quando tô com raiva e logo esqueço os motivos que me deixaram com raiva porque fico concentrada no fato de que eu ODEIO correr e não fui anatomicamente projetada pra correr (peito grande, perna curta, coxa grossa... Se você é do tipo que precisa de uma imagem mental imagine a Phoebe correndo só que com menos carisma). Funciona. Funcionou.

Jesus Cristo... Se essa dor de cabeça não parar HOJE eu saio do curso daqui a pouco e vou direto pro hospital tomar Buscopan de canudinho.  Mas isso é só pra mais tarde. Agora eu ainda tenho que ir almoçar (e, pelo cheiro, tão servindo frango no bandejão).






*não é qualquer moço muito gato. Há uma história por trás desse moço muito gato. Uma história de vacilo meu, é claro, porque todas as minhas histórias possuem pelo menos um vacilo. Outro dia eu conto. Ou hoje mesmo na madruga boladona. Não vou dormir mesmo.  ¯\_(ツ)_/¯







(embora pareça isso não é um post patrocinado pela Kátia Cega)

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