Mini Romances 3 e 4

3- O cara que me deu alergia 



Ele trabalha num lugar onde eu fiz um freela, era bem bonitinho e me chamou pra "ver um filme" e "tomar um suco" num sábado à tarde.
Nós nos encontramos num desses cinemas porcarias que existem aos montes. O problema foi que, assim que ele foi me cumprimentar, eu comecei a sentir meus olhos lacrimejarem. Aparentemente o cara não apenas tinha escolhido um perfume DOCE E FORTE como também tinha usado TODO O PERFUME DO VIDRO... E eu, que normalmente já sou sensível a cheiros, comecei a enlouquecer com aquele.
Mas, como o cara era gente fina, achei que com o perfume forte eu conseguiria lidar já que era uma treta fácil de resolver.
 O resto do tempo passou bem: Vimos o filme, comemos e, quando eu não estava andando perto dele, eu conseguia respirar tranquilamente. Ele chegou até a perguntar se eu era TÍMIDA porque não me aproximava muito dele (HÁ) e, quando foi me beijar, me puxou pra perto e disse que não mordia. Mas aí eu comecei a sentir meu rosto ficar vermelho e minha boca ficar dormente... E eu agradeci a Deus por ele ter me levado pra casa, porque quando eu cheguei estava vermelha e numa versão osasquense da LiLo.
No dia seguinte quando ele veio falar comigo (e eu já estava melhor), falei  que tinha tido uma reação alérgica ao perfume e ele pediu desculpas e disse que não usaria mais. E, verdade seja dita, não usou mesmo. Mas, mesmo assim, depois dele ter me beijado, eu senti DE NOVO meus lábios dormentes e meu rosto quente. Alergia de novo. E não era do perfume, não era da comida, não era de nenhuma outra coisa mas... DO CARA. 

Conclusão: Eu fiquei sem graça de falar que não ia mais sair com ele porque ELE ME DAVA ALERGIA, daí inventei que eu não estava sendo justa com ele porque gostava de outro cara e não achava justo enrolar os outros, etc. 


Lábios de Lindsay.



4-  Minha versão masculina (Espero em Cristo que seja do mundo Bizarro porque... né?)

Eu tava reclamando que estava meio ENCALHADA e amiga minha mandou um "Opa! Finalmente" e contou qeu um cara que trabalhava com ela (ela é advogada) tinha visto uma foto minha e ficado interessado e ela ia arranjar pra sairmos nós quatro (ela, o marido, ele e eu). Com essa amiga não existe essa coisa de "protestar" e, pra ser sincera, tirando que eu ainda não tinha visto o cara (nem fotos), eu tava mesmo meio encalhada e irritada com isso. Me dei por satisfeita com o fato de que a amiga falou que ele e eu tinhamos bastante coisa em comum e que, quando ela falava com ele, era como se fosse uma versão masculina minha. 
(Hoje eu lembro dessa história e penso: "Qual era a chance disso dar certo?")
O cara era bonitinho, não vou negar, e minha amiga não mentiu quando disse que ele gosta de música (rock pesado e apenas isso, o resto é tudo porcaria, errada era eu de não respeitar o metal), literatura ("Adultério, do Paulo Coelho, é meu livro predileto. É sensacional!"). esportes ("Passo horas fazendo artes marciais na academia porque adoro UFC.") e da profissão ("Acho que o fato de eu ser apenas bacharel não quer dizer nada, afinal Doutor é o mínimo que podem me dizer já que eu lido com a vida das pessoas todos os dias").
Obviamente eu estava querendo que o cometa que não veio em 2012 se chocasse com a Terra naquele momento só pra acabar com a tortura porque obviamente eu tinha desencanado do cara depois do "Só gosto de metal e o resto é só barulho" e tinha transformado aquele encontro numa tentativa frustrada de descobrir onde é que eu tinha errado tanto na vida pra minha amiga me achar parecida com aquele cara. Dá a maior tristeza até hoje, caras. Mesmo.

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