Botas sujas.
Sapatos finos.
Homens bêbados e mulheres vestidas de maneira pouco ortodoxa.
Um cheiro estranhamente familiar no ar - mistura de whisky barato, cerveja e perfume feminino.
Meia-luz, uma música antiga e sensual tocando baixo ao fundo.
Risadas, sussurros e palavras ditas à meia voz.
As pessoas ali tinham tudo em comum mas, por algum motivo, pareciam apenas compartilhar o mesmo espaço.
Então, próximo ao bar, bebericando qualquer coisa, ele a viu.
Vestido preto e curta, sapatos de salto. Era aroupa padrão das mulheres dali - mas mesmo assim ela se diferenciava.
Talvez fosse a risada sem som, talvez fossem os cabelos cacheados e loiros, talvez porque ela era a única que tamborilava os pés no ritmo da música, como se tivesse sido ela mesma quem havia escolhido aquela música.
Ou, talvez, porque fosse ela - e ele a reconheceria entre multidões.
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