30 dias de carta (2)

Dia 2 - Carta ao paquerinha

Lapa, 15 de dezembro de 2015

Meu querido Gbrl,

Há tempos que eu tenho adiado colocar no papel tudo o que eu sinto (e penso) sobre você. Não é preguiça, nem falta de palavras ou algo do tipo. É que eu, teimosa do jeito que sou, tenho evitado aceitar que eu tenho certa esperança de que a gente... Você sabe. E não é só teimosia, tem uma boa dose de autopreservação também - 'cê tá cansado de saber o quanto eu preciso trabalhar nisso.
Mas com você nada é fácil, nada é simples. Eu te vejo meio como um funcionário público que não se encaixou bem num setor por algum motivo aleatório e a chefia não sabe muito bem onde colocar porque a pessoa não pode ser mandada embora (só lê, não questiona e não solta um "EI!" ainda. Não é radical assim, eu só tô exagerando no exemplo porque #meujeitinho).
Eu vejo essa situação e não sei direito como agir porque tudo o que te envolve meio que toca nas minhas partes de preservação e destruição e eu não sei o que fazer com tudo isso que sinto e aí decido não fazer nada: Boto tudo numa gavetinha e deixo lá, enquanto visto outros sentimentos e saio na rua como se tudo estivesse bem - e em 99% dos dias está MESMO tudo bem: Eu rio, eu choro, eu conto piadas de tio, faço textões, flerto com pessoas, recebo cantadinhas (nem sempre agradáveis, mas essas eu aprendi a retrucar e isso me faz um bem danado, vish)...
 A vida - a MINHA vida - funciona muito bem sem você. Gbrl. Eu tenho plena consciência disso e é por isso que, apesar de tudo o que eu sinto, eu estou muito bem sem você. Sem papo. É incrível, né?
Acho que é a primeira vez na vida que eu me sinto tão bem mesmo não sendo correspondida. Eu praticamente não me sinto mal quando penso nos momentos bons que tivemos e em tudo o que poderíamos ter sido após aquele primeiro trimestre de 2014 por você ser essa pessoa que combina tanto comigo e com o que eu quero ser. E eu digo praticamente porque eu ainda não tô nesse seu nível iluminado onde NADA me atinge. Citando uma música que você me apresentou (e que me faz pensar em você toda vez que escuto) "everytime I take you in I think my heart skips a beat again".
Dá pra entender? Você consegue? Se sim, me explica. Eu tô muito bem sem você e, quando você aparece, a alegria dobra mesmo sem a gente ter NADA. Como pode isso? Se eu fosse clichê diria que eu fico feliz só por você existir - mas eu não sou, então esquece. hahaha
Tem muita coisa que você não sabe, Gbrl, porque eu escolhi deixar na gaveta, mas tudo o que eu te disse segue nosso acordo de sinceridade. Tudo o que eu disse é verdade. Tudo.
Eu ainda sinto coisas por você do mesmo jeito que eu senti naquela tarde de janeiro quando você me beijou pela primeira vez, e agora sinto outras coisas também. Gosto de você de um jeito diferente do que já gostei dos moços e acho que isso é bom, embora eu não tenha certeza se estou lidando com isso do jeito certo. Gosto de você porque, mesmo de longe, você exerce uma influência positiva no que eu sou. Você é um fator de mudança na minha vida e eu não consigo NÃO SENTIR nada por você. E, por isso, eu te agradeço. Obrigada. Mesmo.

Um monte de beijos pra você, seu Bonitinho.

Beatriç.

Comentários