30 dias de carta (7)

Dia 7 - Seu ex namorado.


Cidade Universitária da USP, 24 de novembro de 2015.

Niño,
Esse ano completou-se mais tempo que nós nos separamos do que o tempo que ficamos juntos. Esquisito, não? Principalmente porque dos meus 25 anos você participou (e tem participado) de 11. É tempo pra caramba, uma parte gigante de tudo o que eu sou. Não sei se você sabe, mas as coisas são divididas em AK e DK na minha vida amorosa (e, como você foi o primeiro em tantas coisas, antes de você não existe muita coisa).
Foi complicado o caminho pra me botar em pé depois do nosso fim. Eu não achava que ele chegaria do jeito que chegou e aquilo foi um golpe duro na minha autoestima e na minha capacidade de me entregar a alguém. Doeu muito. Machucou muito. Eu te odiei muito e te culpei muito, quase com a mesma intensidade com que eu te amei - e eu te amei pra caramba, Niño.
Mas esse tempo de extremos passou. Cinco anos depois eu não tenho mais aquela angústia, nem sinto dor no peito quando vejo seus amigos e passo por lugares onde costumávamos ir juntos. Também não me sinto mais obrigada a acompanhar sua vida e não acredito mais que, um dia, quando formos mais velhos, vamos perceber que fomos feitos um para o outro e seremos felizes para sempre. Those days are gone (for good).
Pra ser sincera eu não espero de você - e de mim - mais do que educação e sermos bons amigos. Nos dias bons (e eles tem sido maioria) você quase não é lembrado e, quando é, é como uma lembrança agradável. O tempo de extremos acabou.
Eu vou te levar para sempre no meu coração e terei sempre um carinho gigante por você e pela sua família, porque vocês tem uma importância gigantesca na minha história. 
Por todos os momentos que passei com você e pelos ensinamentos que eu tomei da nossa história, eu sou grata a você. Mas o tempo de extremos acabou. Que bom!

Tudo de maravilhoso na sua vida,

Bê.

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