Any time, any day you can hear the people say that love is blind, well, I don't know - But I say love is kind

a.k.a De monges, bombeiros, elevadores, preguiça e chocolate.

Eu gosto de falar com quase todo mundo.
Na real não seria errado que eu gosto de FALAR (e ponto), mas a verdade é que eu gosto de falar com quase todo mundo e de CONVERSAR com pouquíssimas pessoas.
(Se você não entende a diferença eu, sinceramente, não quero conversar com você.)
Pois então.
Eu nunca contei a história do Monge e, talvez, a hora de contar esteja se aproximando... Mas ainda não será hoje (kiridos, eu levei DOIS ANOS pra falar com a terapeuta, 'cês tão no lucro esperando mais umas semaninhas, sosseguem os fiofós).
O que vale dizer aqui é que, por alguma razão completamente desconhecida pela minha pessoa (e que eu não quero analisar agora, obrigada) eu SEMPRE me sinto completamente confortável pra conversar com ele. Sobre qualquer assunto. Mesmo. 
E quando eu vi já tô lá despejando todas as minhas nóias, minhas incertezas, minhas teorias e medos pra um cara com quem eu falo até que bastante, mas que eu vejo com uma frequência pequena demais para os meus padrões de amigos-confidentes (e, vamos combinar, eu já quis que o Monge fosse MUITAS COISAS na minha vida, mas nunca um BFF-CONFIDENTE).
Ontem foi dessas. E teve cerveja junto.
Amigos, eu não bebi o suficiente pra ter amnésia do que eu falei, mas o que eu falei foi beeem mais do que eu gostaria de ter falado. E quanto a isso eu nem ligo, mas o foda é que eu SEMPRE fico com a impressão de que eu poderia ter falado AINDA MAIS.
Socorro, a terapia é só no meio do mês.


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Eu sou claustrofóbica do tipo que dá um abraço pra não ter que andar sozinha num elevador e que perde muito mais tempo indo de ônibus aos lugares só pra não ter que pegar metrô. Dito isso, saibam que eu estou trabalhando no 2º andar subsolo e que, na maior parte do tempo, o único jeito de eu ir para os andares superiores é usando... Elevador.
Já falei que trabalho num prédio velho histórico e tombado? Pois então.
O elevador é novo, então caguei... Ou tava cagando pra isso até que... Fiquei presa.
Sozinha.
Por meia hora.
Quer dizer... Eu não tava SOZIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINHA, eu estava com uma obra de arte avaliada em quase 200k. (ok, eu tava sozinha)
Moçada, eu tava TÃO assustada quando saí daquele elevador que até o bombeiro que me tirou de lá pareceu preocupado comigo.


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Bombeiro este, aliás, que é gato. Cúmulo do clichê.
Óbvio que eu já paguei um mico básico na frente dele porque, se eu não pago mico na frente das pessoas que eu acho bonitas eu realmente não completo o ciclo da vergonha que é a minha vida.
Estava eu no banheiro feminino conversando com duas moças aqui da firma sobre um outro moço bonito aleatório qualquer que vimos quando, na minha vez de citar alguém bonito, quase saindo pra fora do banheiro, eu mando um "Mas gato mesmo é o bombeir-" que obviamente foi interrompido porque o bombeiro gato estava tomando um café na máquina exatamente naquele momento.
Um típico momento Beatriz.

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Bombeiro gato e eu temos quase um relacionamento (na minha cabeça): Ele chega de manhã, vem ver se estou bem aqui na minha sala (aka "fazer a ronda"), trocamos amenidades sobre o clima, o tempo, o futebol, a vida ou qualquer outra coisa estúpida, ele fala sobre a moto dele, eu digo que odeio motos, ele ignora e me chama pra sair pra comprar coisas de moto com ele ~de brinks~. Na hora do almoço eu vou tomar meu sorvetinho e ver pessoas na rua (estou entre a Bovespa e uma associação de advogados e sinceramente cogitando instalar o Happn só pra ver o que acontece) e ele aparece falando "Ê VIDÃO, HEIN?" com o que eu respondo "OPA!" e só.
Todo dia ele faz tudo sempre igual.

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Ainda sobre conversar com o Monge e falar demais, ontem enquanto conversávamos eu consegui refletir ainda mais sobre a PREGUIÇA que eu sinto de começar relacionamentos. De qualquer espécie. Se eu tiver que me ESFORÇAR pra que alguma coisa surja eu já perco uns 87% de interesse na coisa em si. Coisas sendo relacionamentos, claro.
Minhas melhores amizades? Surgiram espontaneamente e foram se solidificando aos poucos.
Minhas melhores transas? Pessoas de quem eu não esperava nada e pouco tive que fazer pra conseguir.
Meus melhores namorados? Só tive um (namoro bom) e - adivinha? - eu nunca pensei que fosse namorar com o cara quando nos conhecemos.
Até minhas maiores decepções e desilusões vieram de pessoas que eu não esperava (mas isso é meio óbvio).
Se eu tenho que fazer charminho, se eu tenho que disfarçar alguma coisa, se eu tenho que PLANEJAR coisas pra sair com alguém... Não quero.
Monge, que também tá nessas (mas por outro caminhos mais esquisitos), me diz que isso com o tempo fica libertador. Veremos. Eu tô achando é bem triste porque nessas posso perder coisas (relacionamentos) que poderiam ser coisas bem legais caso eu não estivesse com... Preguiça.
Eu tenho pensado muito nisso principalmente por causa de um evento que vai rolar esse final de semana e onde um cara por quem eu me derreto toda só porque ele é baiano comparecerá.
Esse caminho com esse cara eu tentei fazer desde o começo do ano e N U N C A foi pra frente. Aí agora, se eu quiser que role alguma coisa, vou ter UM DIA pra fazer rolar o que não rolou em... Meses. Ó o trabalho. E eu NEM SEI se o cara quer (imagino que não porque, se quisesse, com as brechas que eu dei ele já teria demonstrado). Sabe o que isso me dá? PREGUIÇA.
Queria o cara? Queria.
Mas quero o trabalho que isso me traria? Eu não dispensaria se fosse pra algo ~duradouro~, mas o lance seria um fim de semana e só. Então não quero, obrigada (não que eu vá negar caso o cara faça todo o trampo por mim e, por algum milagre, seja mais receptivo nesse final de semana do que foi nos últimos MESES. Eu não tenho um pingo de amor próprio orgulho e topo sim, claro, por que não?).


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E eu QUERO um relacionamento. De verdade. Me dói dizer isso porque não é uma ideia que me atraia, mas EU QUERO. Até com as partes ruins, mas ele teria que ter partes MUITO BOAS pra compensar as ruins. E eu não consigo achar um cara cuja parte boa COMPENSE a ruim que, certamente, virá num relacionamento. Eu tenho uma listinha de coisas (tenho falado sobre isso com a terapeuta do capeta) e ela vai de coisas óbvias como "me respeitar, me tratar como igual" a coisas mais particulares como "não encher o saco quando eu não quiser vê-lo" passando por coisas que nem deveriam estar nessa lista já que eu não tenho religião tipo "que queira transar comigo".
Essa lista não é limitadora, mas ela é NORTEADORA. E... Enfim, eu se pá preciso falar mais disso (de querer um relacionamento, mas NOS MEUS TERMOS) porque isso entra em conflito com a preguiça que sinto e com várias outras coisinhas inerentes a minha personalidade (fofa por fora e draconiana por dentro).

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E eu fiz só esse bláblábláblá aí porque queria contar essas coisas, não quero escrever no diário e o blog é meu e faço o que eu quiser nesse pequeno espaço ditatorial. Não gostou vá comer chocolate que sobrou da Páscoa.

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