But I know I must go on although I hurt I must be strong - Because inside I know that many feel this way

Eu sempre acreditei que a morte é uma coisa ruim - principalmente para aqueles que continuam vivos depois de perder alguém que amam e que terão que aprender a viver com a ausência e com as memórias. Foi com essa postura que encarei as duas experiências de morte na minha família próxima: Quando meu avô faleceu eu era uma criança, tinha acabado de completar oito anos e não entendia o motivo de tantas entradas e saídas da minha casa, nem o porquê de eu ter que faltar na escola num dia de chuva se não era pra ficar em casa. Quando foi a vez da minha avó falecer, eu já catorze anos, já sabia o que era, de fato, perder alguém e precisei de todo o colo que meus pais e amigos me deram.
Eu não chorei no funeral da minha vó e não fui ao enterro dela.
Fiquei ao lado da minha mãe, que estava fragilizada e sofrendo muito. Naquele dia eu percebi que meu papel era ser o suporte dela e, junto do meu pai, fizemos de tudo para vê-la feliz - E foi em vão.
Eu não sei o que é perder a mãe (e não quero saber tão cedo) e a minha havia acabado de descobrir o que era isso. Não havia muito que fazer, acho. 

Hoje, passados quase treze anos, a saudade continua, mas as feridas se fecharam e a vida de todo mundo continuou.

Essa semana um tio da minha mãe, pai de uma prima dela com quem ela passava todas as férias da infância, faleceu e, embora isso não tenha me afetado DIRETAMENTE, afetou minha mãe e duas pessoas de quem eu gosto bastante. 

Atualmente eu acho que a morte é apenas uma passagem, uma etapa de um ciclo, e que não devemos sofrer por causa dela. No fim a gente vai acabar se encontrando de novo, a separação é temporária. Ainda haverão as lembranças, mas a saudade é a prova de que o que a gente viveu foi bom. Não dá pra ficar infeliz por causa disso. E essa coisa do luto me afeta demais, eu não consigo ficar indiferente: Ou eu entro em luto, ou entro NA LUTA para que meus queridos que se afetam com a morte se recuperem e que tenham a força necessária para seguir em frente.

É o que resta a ser feito, né? Eu tô bem, mas quero que minha mãe, minha tia e minha prima fiquem também, então... Vamo lá.

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