Oh na na, what's my name?

2009, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
Festa. Um moço, amigo de amigos, visivelmente embriagado, se aproxima e puxa papo comigo:


"BRÉA, você faz História, né?"
"Bê-A. Não Brea! E sim, faço..."
"Por que seu apelido é Bê-A?"
"Beatriz... Bea... É mais lógico do que Bia..."
"Bia é apelido de Beatriz..."
"Acho que é de Bianca..."
"Mas não é de BREATRIZ"
"Como? Breatriz?"
"É. Seu nome. Breatriz. Não é?"
"Não... Quantas Breatriz você conhece?"
"Zero, por isso que você é especial!"
"Eu não me chamo Breatriz..."
"Não?"
"Não..."
"Achei que seu nome fosse Breatriz. Com Br"



2011, balada com temática latina. Um cara aleatório se aproxima, visivelmente embriagado, se aproxima e puxa papo comigo, tentando colocar a mão na minha cintura enquanto fala. Eu, obviamente sem nenhuma noção do perigo (e levemente embriagada), decido sacanear o sujeito:


"Como é seu nome, gata?"
"Mauro"
"MAURA?"
"Não, Mauro. E nos círculos mais próximos me chamam de Maurão!"
"Como?"
"É, eu também não entendo... Eu acho que apenas Mauro tava bom, nem sou tão alta assim pra merecer o ÃO no final, mas as migas são fogo, né?"



E foi embora sem olhar pra trás.



2010, shopping da região da grande São Paulo. Alguns amigos e eu subindo uma escada rolante, um cara começa a gritar na escada rolante no sentido contrário e, depois, nos alcança no andar superior:


"Fê?"
*ignoro porque, afinal de contas, meu nome não é "Fê"*
"Fê??? Fernandaaaa! Você vai me ignorar, Fernanda?"
*continuo ignorando pelas mesmas razões*
"Fernanda" *pegando no meu braço* "Fernanda, oi!"
"Eu não sou Fernanda"
"Como não, Fernanda? A gente passou a noite juntos ontem"
"Hã... Não?"
"Ah, então desculpa. Foi engano"


2014, bloco de Carnaval. Alguns amigos e eu nos divertindo enlouquecidamente, até que um cara, visivelmente bêbado, se aproxima e tenta puxar papo comigo.
"Qual seu nome?
"Patrícia!" eu respondo
"E o seu?"
'Marcela" responde minha amiga Renata
"E o seu, amigo?"
"Diego" responde meu amigo Danilo


2013, um barzinho na região de Pinheiros. Eu, sozinha numa mesa, lendo um livro e esperando um amigo. O garçom se aproxima da minha mesa e diz que um cara, na outra mesa, perguntou se eu me ofenderia se ele se aproximasse pra me perguntar uma coisa. Eu olho pro cara, que não parece estar alcoolizado, e faço sinal dizendo que eu vou até a mesa dele porque, afinal de contas, não conheço e deixar lesk folgado na minha mesa não é bom. Não queria dar liberdade pra ele sentar na minha mesa, vai que o cara era bosta, né? Mas foi educado e PERGUNTOU se podia. Vamo lá, vai que é sério.
"Me desculpa se eu fui invasivo, não acho que é legal abordar uma moça sozinha assim, mas você é a Fernanda, irmã da Patrícia que fez Cásper?"
"Não..."
"Ah, tá. Desculpa mesmo, achei que você fosse"
E ai dei de ombros e voltei pra minha mesa.

2015, app de paquera.
Amigo manda foto de uma moça que ~supostamente~ se parece comigo ("supostamente" porque só ele achou: Não parece, o cabelo dela é feio, ela tira fotos ruins e o batom tava todo cagado. Fizemos votação no twitter e empatou, mas como o voto que decide é o meu NÃO PARECIA).

2016, arredores do prédio da Bovespa, no Centro de São Paulo.

Estou tomando meu sorvetinho pós almoço e observando os moços engravatados e cheirosinhos que entram naquele templo do capitalismo e da especulação. Um moço, entrando no prédio, dá meia volta ao me ver e vai andando na minha direção enquanto fala:
"Oi, Fê, achei que 'cê viesse só a noit- *olha bem pra minha cara* - "nossa, moça, desculpa, achei que você fosse outra pessoa. Foi mau mesmo, desculpa"

Daí entrou no prédio sem falar mais nada.





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EU TENHO UMA DOPPELGANGER CHAMADA FERNANDA EM SÃO PAULO. SOCORRO.

Comentários

Felipe Fagundes disse…
GENTE Hahahahahah Meu deus, que anticlímax o cara educado do bar. Você precisa conhecer essa Fernanda, irmã da Patrícia, que fez Cásper. Você tem que seguir o rastro dessa menina. Me pergunto se ficam dizendo que ela parece uma Beatriz.