Mini Romance 13 - Shit happens (mesmo)

Eu tenho duas políticas que são muito levadas a sério nesse blog e uma delas é: Não expor as pessoas de um jeito que elas sejam reconhecíveis para outras pessoas. Se ela se reconhece aí já são outros quinhentos, mas OS OUTROS não podem reconhecer - e, quando eu digo os outros, eu quero dizer VOCÊS, duas pessoas que leem o meu blog e não me conhecem pessoalmente, porque meus dois amigos que leem esse blog geralmente já sabem dessas histórias e... Enfim...

A outra diz respeito ao tempo de prescrição do "crime": Tem histórias recentes sobre as quais ainda não consigo falar, seja pelo motivo acima, seja porque eu ainda não as digeri completamente. Então elas demoram pra aparecer por aqui.

Esse mini romance eu não digeri ainda, ele tá bem engasgado aqui comigo, ele aumentou os meus traumas de romance em mais uns quatro pontos. Quem digeriu a história foi o moço. Muito rápido. Rápido demais. E o meu RANÇO está me fazendo escrever isso hoje. É provável que eu retome a lucidez em alguns dias e apague a história, nunca se sabe.


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Eu nunca sei exatamente o porquê de eu gostar das pessoas, já que meu único padrão - segundo o Pirituba - é que eu gosto de CARAS BABACAS (talvez esse seja meu padrão? Fica a questã), mas desse cara eu sabia TANTO o porquê de eu gostar (sim, presente, eu tô achando um babaca, mas ainda gosto dele. Não romanticamente, mas ainda gostaria de ter na minha vida pelo menos como amigo. Leiam a história e falem com minha terapeuta se, depois de lerem, acharem que eu tô dodói da cabeça™ por querer isso. Ela lê o blog e os comentários e eventualmente me manda email comentando coisas daqui) que era até ridículo o fato de nunca ter rolado nada antes (ele namorava, era errado pra caralho, ele morava em outro Estado, era errado pra caralho, muitas coisas). Até que um dia rolou e as coisas pareciam bem bacanas, comigo combinando até uma viagem intermunicipal pra ver o cara em um dos meus lugares prediletos de São Paulo. Tinha tudo pra ser lindo na ~vida real~ do jeito que tinha sido no platônico/virtual.

O combinado era: Eu ia trabalhar até as 16h numa sexta, pegar o ônibus pra onde ele tava as 17h e chegar lá antes das 21h pra gente passar a noite juntos e eu voltar pra São Paulo no dia seguinte, porque tanto ele, quanto eu tínhamos compromisso e não dava pra alongar muito. Comprei passagem, arrumei mala, dei perdido no chefe pra sair cedo, fiquei ansiosa o dia todo, aquelas coisas de sempre. Cheguei lá, o cara me buscou na rodoviária, a gente deu uns beijos legais ainda no UBER, a gente foi pra casa dele e deu uns beijos legais também e aí tudo desandou.
Ele perguntou se eu queria comer alguma coisa e eu, pensando com a barriga de alguém que mal tinha conseguido almoçar de ansiedade, disse que sim ao invés de "naaah, vamos dar uns amassos, vamos dar uns pegas e depois a gente pede uma pizza, foda-se a comida". Fomos comer e encher o nariz de cerveja numa cervejaria arrumadinha perto da casa dele e o papo tava tão legal, a companhia tava tão agradável, que nem parecia que eu tinha ido pra lá única e exclusivamente pra não entrar no quarto dele vestida (o plano era perder todas as roupas na sala).
Mas eu tinha, né? Nós dois sabíamos disso. Voltamos pro apto dele tarde pra caralho, a comida tinha feito o favor de aumentar o sono e o cansaço em uns 300% e o bagulho foi tão ligeiro que a gente mal terminou e ele mandou um "OLHA ME DESCULPA MAS EU PRECISO DORMZZZZZ". - Até aí sem julgamentos porque eu dormi meio segundo depois disso.

O problema foi depois. Foi na madruga boladona, quando eu acordei com ele pulando por cima de mim pra ir ao banheiro. Fazer o número 2. Porque os burgui não tinham descido bem pra ele. Vish.
Eu não preciso explicar aqui os efeitos dum piriri de madrugada e talvez vocês sejam pessoas espertas o suficiente pra imaginar os efeitos dum piriri de madrugada num "relacionamento" de uma noite apenas, então o próximo parágrafo eu reservo pra vocês pensarem as coisas que podem ter acontecido e eu não vou falar porque não quero. 

...

Gente, shit happens. Mesmo. Eu juro que eu não tava achando constrangedor (até porque OLHA AS COISAS QUE EU JÁ VIVI, MEUZAMIGO. MERDA ERA ATÉ UMA COISA NORMAL PERTO DE TUDO O QUE EU VIVI), eu tava é num misto de preocupação (o cara tava meio verde) e de humorzinho sem vergonha nível quero-fazer-piada-pra-dizer-que-tá-tudo-bem-porque-o-cara-tá-visivelmente-constrangido-e-calma-cara-não-é-pra-tanto. Mas como é que você vai dizer pra pessoa que tá se acabando em merda que ela não precisa se preocupar COMIGO, nem com a SITUAÇÃO? Não tem como, sério. Eu demorei um ano pra peidar na frente do primeiro namorado, ele demorou três pra pegar nos meus peitos, o cara de uma noite só ter uma diarreia na minha frente era intimidade demais, não vamos mentir. 

E foi assim que acabou o "romance" que eu mais torci pra rolar esse ano. Deu merda. Literalmente. 

RISOS.


Esse moço, caras.... Esse moço é sensacional. Eu gostaria que vocês conhecessem esse moço, porque ele é uma pessoa maravilhosa. E eu achei de verdade que, mesmo se a gente não transasse mais (eu sei que não vai rolar, né? O cara teve piriri, eu provavelmente sou conhecida como "a moça que ouviu o meu processo intestinal enquanto estava pelada na minha cama e eu morrendo no banheiro") a gente ainda poderia continuar no nível de antes, pelo menos. Ou seja: Conversando sobre banalidades, dando risada um do outro, tendo ideias idiotas, falando sobre o Márcio Araújo e tal.
Aí eu respeitei o "MOMENTO DE LUTO" (& vergonha & desconforto) e eventualmente tentei puxar papo. Sem sucesso. O cara me cortava e ignorava todas as vezes - e eu juro que não forcei a barra, nem quando eu DESEJEI FELIZ ANIVERSÁRIO pra ele. 

Rapaiz, eu não desejo feliz aniversário de MODO PLANEJADO pra quase ninguém. Sério. Pra quase ninguém mesmo. E eu fui lá, vi que era aniversário dele e mandei uma msg até que engraçadinha e sincera e: SILÊNCIO. Ele respondeu até os "parabéns, felicidades" e NADA pra minha mensagem. Nada. NADINHA.
Foi semana passada isso e eu tô irritada até hoje (e isso pode ou não ter relação com um processo natural do meu corpo que ocorre mensalmente, vocês nunca saberão exceto se forem meus pais, meu ginecologista ou me seguirem no twitter e virem meu comentário sobre cólica de hoje de manhã) e decidi escrever esse post pra contar essa história porque ela provavelmente justifica um pouco os meus ranços com relacionamento dos últimos meses e um ou outro post sobre o mesmo assunto que estão agendados pros próximos meses.  #meujeitinho, fazer o quê?




A moral pra essa história é: 💩💩💩💩SHIT HAPPENS💩💩💩💩 e mesmo se você tiver bom ar, um monte de papel higiênico, paredes grossas e água encanada nem sempre é possível disfarçar e fingir que não aconteceu e mesmo que aparentemente só aja um jeito de lidar com isso (aceitando que merda acontece, todo mundo caga, bola pra frente), as pessoas sempre vão achar outros jeitos.

E uma moral adicional é: Pirituba está certo e meu tipo de homem é BABACA. Se eu curti, ele provavelmente é babaca mesmo que não demonstre. Se ele não é babaca, ele vai ser comigo. Eu tenho esse dom.

Comentários

Felipe Fagundes disse…
Gente, que reviravolta Hahahahahah Mas a atitude do cara foi tão nada a ver! Ok, bateu uma vergonha, sim, mas, poxa, se a conversa era tão boa e tudo mais, o mico não deveria ser tão forte assim pra encerrar a relação. Bola fora dele mesmo.

Mas pessoas são todas doidas e cheias de motivos escondidos, então, se eu fosse você, eu abriria o jogo com ele. Perguntaria o porquê do gelo, se era por causa daquela bobagem, se ele não quer mesmo mais nada etc. Aí ou continuaria ou vcs seguiriam em frente com um fim decente.
Tati disse…
BEATRIZ!!!! SAUDADES!!! ~ABRAÇA~
Desgurpe a falta dos famigerados comentários, juro que leio tudo, mas a vida está deveras corrida e etc
E gente, que atitude bosta (desculpa, não aguentei) do cara hein? É SÓ COCÔ!
E olha, eu concordo com o Felipe em ir atrás pelo menos uma última vez e se o motivo realmente for esse tentar suavizar mais a situação. Se ele continuar ignorando "god knows I tried" não é mesmo? <3

Beatriz disse…
Se eu comentar aqui vocês conseguem saber que eu comentei sem entrar aqui? Percebam que eu sei MUITO sobre comentários, né? Hahahaha
Então...
Eu tentei falar com o cara um bilhão de vezes depois, gente. E ele simplesmente IGNORA minhas tentativas ou então corta mais rápido do que tudo.
Me magoa pra caramba, sabe, porque o cara é gente fina demais e a gente sempre conversou sobre o SINDIBACA (o sindicato dos Babacas) e de como ele não gostaria de se filiar a ele.

Nos dias seguintes ao "incidente" eu tava meio surtada e mandei um TEXTÃO pra ele dizendo que a merda maior ele tava fazendo ao me ignorar (escolhi essas palavras mesmo, não sou fácil rs) e ele pediu desculpas e falou que era ruim nessa coisa de manter contato e blábláblá

Insisti mais algumas vezes, é claro, a última sendo semana passada no aniversário dele E ELE SEMPRE IGNORA OU CORTA.

Meu ego tá machucadinho, não sei o que fazer.
E, além disso, tenho medo de ser A INCONVENIENTE que não entende que ele não quer mais falar comigo, que acabou e tal. Aceitar isso seria aceitar que ele é babaca.

TÔ CONFUSA.
socorro.
Já pode ser classificado como babaca, sem pensar duas vezes.
Ok que não deve ser a coisa mais legal do mundo você cagar o primeiro encontro (trocadilhos com merda, aí vamos nós) mas não é nada demais, sério. É excesso de intimidade? Sim. Muito constrangedor? Provavelmente. Você ia pensar nesse dia toda vez que ele falasse que precisava ir no banheiro? Vai. Mas é aquela coisa, um casal que não tem uma historinha dessas pra contar nem pode ser considerado um casal
shit happens
enfim, muito babaca. Ele podia ter só feito piada com a situação. Podia pelo menos ter agradecido os parabéns.