When the world is running down you make the best of what's still around

Esse post não vai fazer sentido, não tem nem um objetivo além de "Precisava botar isso em algum lugar e tô com preguiça de colocar no diário" (a.k.a "Quero registrar, mas no blog vai mais rápido").


Eu sou muito boa em fazer planos e depois fazer tudo diferente do que planejei. Sério: Esse é meu dom. Se Deus me deu algum dom foi esse - e puta merda, como eu sou BOA nisso! Pra vocês terem uma noção, eu planejo tudo e, se esse plano envolve mais gente além de mim, faço até na minha cabeça mais ou menos como vai ser o diálogo e imagino o que a pessoa vai falar pra ter uma réplica na cabeça. Tipo em joguinho quando você vai falar com um NPC e eles já tem lá meia duzia de frases programadas e algumas opções de diálogo.

That's how I roll.

A terapeuta perguntou desde quando eu faço isso e, na real, eu acho que faço desde sempre. A única merda é que eu nunca tinha notado, então era um processo mais inconsciente que eu só comecei a notar depois dessa segunda rodada de terapia - que foi por causa da ansiedade - e de ter percebido que eu tenho plano A, plano B e eventual plano c. Mais uma prova de que FALAR sobre as coisas ajuda bastante sobre isso.
O que não garante que as coisas dariam certo. Enfim...

(Eu ia dizer que nada dá certo quando envolve pessoas, mas parei uns segundinhos aqui e perceber que não: Eles não dão certo NO GERAL mesmo. Deixa pra próxima)

Eu quero ser uma pessoa organizada, mas em 97% das vezes acabo fazendo por impulso o que deu vontade na hora, não o que eu perdi HORAS do dia planejando - porque planejar é uma coisa, executar é outra e embora patos e gansos se pareçam não são a mesma coisa (somente um corre atrás do pinto).

Meu exemplo mais recente foi quando eu passei muito tempo pensando (tipo, UM DIA E MEIO) em como dizer pra um cara que eu gostava dele (quem faz isso em 2017, Jesus?) de um jeito que fosse rápido, não deixasse dúvidas e não parecesse um tipo de pressão pra ele corresponder só pra no final eu ficar cinco minutos no modo tela azul dentro do carro dele e só mandar um "Olha, eu não vou falar nada porque se eu ficar pensando no que vou falar eu vou entrar em parafuso e não vou fazer nada... E se eu não fizer nada eu vou surtar e não tô interessada nisso" e aí eu cheguei perto o suficiente pra beijar, beijei e mandei um "Se isso for estranho a gente finge que nunca aconteceu".

(não foi estranho)

Eu tinha planejado, eu tinha todo um texto bonitinho sobre slots, pessoas, espaços na vida e coisas igualmente sem sentido pra quem não tava por dentro da história e... Na hora simplesmente me pareceu trabalhoso demais, elaborado demais e... Artificial demais. Não ia parecer uma coisa NOSSA, sabe? (minha e do cara, no caso)

Enfim...

A maioria dos planos que eu tenho faz com que as coisas pareçam artificiais e eu, mesmo assim, não consigo me livrar deles. Da parte de fazer pelo menos.
A execução sempre é falha, mas eu ainda perco tempo fazendo, sabe? Planos, eu digo. Eu penso em tudo o que poderia dar errado e em soluções pra corrigir eventuais cagadas. E aí nunca rola uma cagada grande o suficiente pra eu ter que botar em prática o planejado.

O foda é que eu perco tempo planejando, acho que o planejamento ficou uma merda, faço as coisas como elas me pintam na hora e aí depois fico preocupada porque elas não saíram como planejei. É um processo tão automático (e tão ridículo) que eu não sei como parar. Aí mora a ansiedade.
Não sei como controlar esse ciclo. "Execute os planos" parece uma coisa lógica, mas não é tanto porque, na maioria das vezes, o plano é idiota. "Deixa acontecer naturalmente" também não dá muito certo porque o acontecer naturalmente, na maioria dos casos, envolve terceiros e é muito foda depender de terceiros. Não sou boa nisso.


Daí que eu planejei reconhecer todas as minhas falhas e ir trabalhando nelas uma por uma. Tá dando certo? Não tá.



Era só isso mesmo. Não tem conclusão óbvia.


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