'Cause your words don't translate and it's getting quite late so please don't stay in touch

Eu nem vou tentar explicar o porquê de eu não ter escrito mais porque é sempre uma combinação das mesmas coisas de sempre só mudando as quantidades. Mas é isso aí: Agora eu tô aqui e vim falar sobre uma coisa que tem acontecido muito comigo: PERDER A PACIÊNCIA.

Já começo dizendo que eu acredito sinceramente que você não consegue perder o que nunca teve, porque o que você adquiriu (paz interior e serenidade) é seu e ninguém tira. Tudo o que a gente perde são coisas transitórias que PODEM ser perdidas.
Paciência é uma virtude, então a gente não pode perder. Pra mim, quando você diz "Perdi a paciência" significa que você ainda não é paciente, você tem momentos sendo paciente. Enfim... Eu não tô com paciência pra explicar.

Foi um final de semana muito bom.

Sabe aquelas pessoas esquentadinhas que você diz que tem pavio curto? Eu nem pavio tenho, gente. Eu tô CONSTANTEMENTE IRRITADA com alguma coisa (Mas eu já disse que estar irritada é uma motivação excelente pra mim, então eu realmente não ligo pra isso enquanto eu estiver pilhada fazendo minhas coisas, né?), eu sou o HULK DA IRRITAÇÃO, that's my secret, cap.
Mas, assim como o nosso colega Bruce Banner, eu tenho um autocontrole fodido e um senso de foco limitadíssimo. Se eu conseguir passar pelos cinco minutos de irritação inicial sem matar ninguém, eu provavelmente não vou fazer nenhuma merda. Os cinco primeiros minutos após um episódio de raiva são fundamentais.
E eu geralmente consigo passar bem por eles, viu? Pelo menos agora, depois de algumas patadas injustas, de ter chateado algumas pessoas com minha sinceridade vomitada (fica a dica, galera: Sinceridade cortante não é uma virtude, é um defeito), de ter causado tempestades em copos d'água simplesmente por explodir quando não deveria, eu consigo resolver de um jeito emocionalmente inteligente a maioria dos meus conflitos.
Eu ainda prefiro estar certa a ser feliz, mas a felicidade pra mim também é um lance efêmero, então eu tô curtindo mais os momentos em que ela vem.

PORÉM ULTIMAMENTE TÁ DIFÍCIL SEGURAR ESSA BARRA QUE É ESTAR RODEADA POR PESSOAS COMPLETAMENTE DODÓIS DA CABEÇA

E eu perdi a paciência tantas vezes desde abril que acho que da última vez eu só larguei mão de vez e tô saindo pelo mundo no modo chihuahua pilotando o trenzão sem freio e resolvendo isso do mesmo jeito que o molequinho de 2 anos. Eu não tenho mais momento de serenidade pra perder, eu não tenho mais paninho pra passar e meditação não tá funcionando muito bem. Então eu resolvi trazer aqui para vocês um TOP 3 MOMENTOS EM QUE EU FUI SÓ BRUNO DIZENDO "PASSOU DA CONTA, AGORA CHEGA" nesses últimos meses:


1. PRECONCEITO COM O BORJA

Miguel Borja, pra quem não sabe, é um jogador colombiano que atualmente joga no Palmeiras. Se ele é bom ou ruim não entram no caso aqui, porque todo mundo que joga nesse hospício time chamado Palmeiras está sujeito a piadinhas. O ponto aqui é que parte da torcida chama o cara de anormal, limitadinho, sugerindo que ele tem algum tipo de deficiência intelectual que faz com que ele perca o tanto de gols que perde e tenha alguns momentos de burrice em campo. Isso me incomoda pra caralho, principalmente quando saem dos MEUS amigos, pessoas que eu considero que tem uma visão de mundo parecida com a minha e de quem eu espero mais do que os outros (aliás, talvez esse seja meu erro. Se eu não espero nada, tudo o que vem já é bom e, se não vem nada, era o previsto, não tem decepção). Toda vez que zoam o cara dizendo que ele é deficiente intelectual, estão se descuidando e deixando um preconceito a mostra. Eu quero acreditar que é por desconhecimento, de verdade. Foi por isso que eu me afastei tanto de amigos, porque DEUS ME LIVRE ter que dar carteirada e doutrinar alguém, principalmente uma galera que é ativista em tantas frentes diferentes.
Mas dia desses zoaram o cara por ele ter usado #somostodosespeciais pra falar de uma instituição de apoio à pessoas com deficiência e aí eu fiquei puta. #PERDI.
Minha vontade foi mandar um "É ENGRAÇADO RIR DE GENTE QUE NÃO TEM UM PEDAÇO DA CABEÇA, SEUS FILHO DA PUTA? PORQUE, SE FOR, VEM CÁ PRA EU TIRAR ESSE SEU CÉREBRO DAÍ JÁ QUE VOCÊ NÃO USA E DEPOIS RIR UM MONTE, SEU VACILÃO!"
Mas ao invés disso eu mandei um áudio dizendo justamente isso: É preconceituoso, é ofensivo, as pessoas são melhores do que isso e eu imagino que eles faziam apenas por desconhecimento, então eu tava ali pra dizer que é errado, que é pra refletirem.

Acho que dá mais ou menos pra colocar em perspectiva com as outras pautas de inclusão e luta contra preconceitos, tipo contra o machismo e a homofobia. Uma parcela GIGANTE da população tem algum tipo de deficiência, mas ao mesmo tempo em que se fala em inclusão, a parte de combate ao preconceito é MÍNIMA. A gente ainda usa "cego" e "surdo" e "retardado" como ofensa. Eu não me excluo disso porque de vez em quando escapa, mas é um treino, e eu tenho certeza que vou conseguir tirar do meu vocabulário do mesmo jeito que tirei  o"neguinho" (como na expressão "neguinho isso") quando percebi que é errado, e como vou tirar "Denegrir", "Situação preta" e outras coisas afins. Mas já pega muito mal se usam "bicha" como ofensa, por exemplo, e existem milhões de ressignificações de "vadia" e "piranha" e expressões machistas. É um longo caminho, mas a gente só chega lá se começar, né? Ninguém tem que ser perfeito e saber tudo, mas SABER que tá sendo escroto e tentar mudar já é um grande passo. Tem toda uma sociedade que tenta tornar o deficiente uma pessoa invisível, mas se uma sociedade não está preparada pra receber um deficiente, quem está doente é ela. 

Xinga o homem, eu não ligo. Deus sabe que de vez em quando ele merece. Mas tenta não ser babaca quando faz isso, pode ser?


2. JOVENS!

Estou fazendo uma aula com pessoas que, vamos dizer assim, são preguiçosas. E jovens. As coisas podem estar relacionadas? Sim. Estou afirmando categoricamente que estão? Sim também.
Nem todo jovem é preguiçoso, nem todo preguiçoso é jovem, mas esses jovens em específico são preguiçosos. Novamente, nada contra ser preguiçoso, tenho amigos E SOU. Mas você TEM QUE SABER ATÉ ONDE ESSA PREGUIÇA PODE IR, e você não pode ser duas coisas negativas de uma vez só, por exemplo, preguiçoso e egoísta.
E essa moçadinha é. Pra caralho. As duas coisas.
Bicho, eu me considero uma pessoa inteligente e tenho acesso à internet. Eu pego as coisas muito rápido e tenho acesso ao Google pras que eu não consigo entender. E eu compartilho o que eu sei, sabe? Principalmente se é de um jeito fácil que vai me poupar tempo e evitar a fadiga.
Mas esses jovens querem absolutamente tudo na mão. TUDO. E eles não calam a boca durante a aula (isso explica o porquê deles não entenderem as coisas? Talvez), atrapalhando minha vida.
Daí a gente apresentou seminários pra essas aulas, e os temas dos seminários vão cair na prova. Pedi pra eles mandarem as apresentações em powerpoint pro grupo, pra gente organizar e colocar numa pastinha e todo mundo poder estudar.
Vocês fizeram, meus coleguinhas? Nem eles.
Eu tô cagando pra isso porque tenho certeza que em 1h eu pego na internet o tema dos trabalhos, em 30min eu estudo e em 15min eu termino a prova sabendo que, se eu não gabaritei, eu cheguei perto. É uma matéria que eu conheço de cor e salteado. Não é por mim, sabe? Eu passo a aula escrevendo no meu diário.
Mas eles não. E eles não calam a boca. E eles não SE AJUDAM.
E agora tão querendo derrubar a representante da turma - que é meio irresponsável, confesso. MAS É AMIGA DELES.
E aí eu perdi a paciência. rs
Mandei todo mundo calar a porra da boca e parar de reclamar pra AGIR, peguei todo o material direto com os professores, organizei no drive e mandei pra todo mundo dizendo que é mais fácil assim porque A GENTE PERDE MENOS TEMPO COM MIMIMI.
Fiz isso hoje, vamos ver como vai ser a próxima aula. rs


3. ESTUPIDEZ GRATUITA

Eu aceito os defeitos das pessoas (se eu gosto delas) e, em mais de uma situação, já abri mão do MEU bem estar pra garantir que alguém que tem menos que eu (não disse o quê) consiga se sentir bem por alguns instantes. Em várias coisas. 
Eu não sou legal, mas ISSO eu faço. Pelo menos pros meus amigos.
Mas se a pessoa vem com pedras na mão pra falar de coisas que eu não faço ideia do que sejam eu..... tento entender o lado dela.... porque sou trouxa.
Mas não dessa vez.
É uma daquelas situações que ainda não prescreveram e eu não posso contar, mas devo dizer que eu aguento um monte de coisas até um certo limite e, depois disso, eu sou grossa.
Nunca é gratuito. Você pode pensar que não fez nada e eu tô sendo a louca porque nunca dei sinais de irritação, mas EU SOU ABSURDAMENTE SÃ justamente porque resolvi de um jeito adulto (suprimindo tudo na maioria das vezes, ou contornando de um jeito que o incômodo foi mínimo) e você nunca percebeu as cagadas que deu. Eu sei que não é correto, sei que as pessoas tem que se responsabilizar pelas ações e sofrer as consequências delas, mas eu não me acho detentora do destino e nem da verdade pra ser eu a causadora dos danos. A vida, assim como a bola, pune.
Porém HÁ UM LIMITE.
E eu fui muito direta com uma pessoa dia desses porque ela passou todos os limites, e deu azar de fazer isso num momento em que eu tava bem demais, meu irmãozinho e não queria perder tempo (e nem humor) com estupidez gratuita e sem sentido. Chega.
Foi a gota que transbordou uma relação que estava desgastada há tempos, e eu não quero mais consertar porque sempre era eu quem consertava tudo e fazia concessões. Chega.



Tenho dois textos nos rascunhos e um deles é sobre assumir responsabilidades das escolhas. Provavelmente vou publicar aqui porque quero retomar o blog de novo, pela enésima vez, vamos lá, força guerreira. Não sei se meus únicos dois leitores ainda estão por aqui, mas eu vou postar mesmo assim porque eu tive o trabalho de escrever. hahaha


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